Profilaxia em aquários

Profilaxia em aquários.

Segundo o dicionário da linguá portuguesa Michaelis, profilaxia é uma medicina preventiva, que se ocupa das medidas necessárias à preservação da saúde coletiva!

É muito mais fácil prevenir doenças do que cura-las. Esta verdade deve ser cultivada na manutenção do aquário ornamental, suas plantas aquáticas e seus peixes, todos sujeitos a uma série de transtornos na saúde, por diversas causas devido à condições ambientais desfavoráveis, como oxigênio abaixo da taxa requerida, alimentação deficiente e inadequada, superpovoamento no aquário, todas possíveis de serem sanadas com certa facilidade. Outras são originárias por organismos patogênicos como protozoários, vermes, fungos, bactérias e vírus. Para este caso, a cura é dificílima, impossível mesmo, por não haver medicação pisciária específica e diagnóstico dos sintomas apresentados.

Por não termos meios eficientes para detecção de doenças, na maioria das vezes que notamos que um peixe está doente, é quando aparecem sinais externos. O problema é que em certos casos, quando os sintomas externos aparecem os órgãos internos dos peixes já foram danificados. Nesses casos, mesmo que eliminemos o agente patogênico, pode ser que o peixe não consiga se recuperar dos danos causados, e morrer.

Antes de se pensar em curar doenças é melhor prevenir-se contra elas, observando alguns cuidados a serem seguidos rigorosamente pelo aquarista, que são:

- Observar os peixes expostos nos aquários das lojas comerciais e verificar se eles estão sadios, coloridos, nadando normalmente e se alimentando.
- Se as nadadeiras estão abertas e não há feridas no corpo e nos olhos.
-Se não se “raspam” contra rochas, troncos e plantas, por estarem infestados por parasitas.
- Se não estão “boquejando” na superfície da água, como querendo sair. Este sintoma é devido a falta de oxigênio, à presença de gás carbônico ou intoxicação exógena ou endógena.
- Se não se encontram "deitados” no fundo junto a areia ou escondidos entre as pedras.
- Escolha espécies compatíveis entre si e com o ph, isso já evita muitos problemas futuros.

Após a compra dos peixes deve-se necessariamente coloca-los em um aquário quarentena. Esta medida evitará a introdução de agentes patogênicos (principalmente parasitas). Leia mais sobre a Quarentena. Outra medida que devemos tomar é com relação à água. Antes de introduzi-los no aquário quarentena ou até mesmo no aquário principal devemos igualar os parâmetros da água. Nada melhor que cuidar do meio em que vive o peixe.

Como os seres humanos os peixes se alimentam, acumulando resíduos que precisam ser retirados do organismos, isto acontece por meio do processo de excreção que são liberados na água, tendo um acumulo de material orgânico no aquário. Na natureza, esses produtos são diluídos e transportados para outros lugares (e depois aproveitados por outros seres, etc.).

No entanto, o nosso aquário é um sistema fechado e por isso, ocorre o acúmulo desses materiais. A maior parte desse material, é formado por compostos nitrogenados (tóxicos) ou orgânicos (que são utilizados por organismos saprófagos que liberam substâncias que podem ser tóxicas ao peixe). Por ser tóxico (por isso foi eliminado do organismo), esse material também não pode permanecer na água (mesmo que não esteja dentro do corpo do peixe, são igualmente tóxicos na água). A maneira mais rápida e eficaz de retirarmos as toxinas do aquário é por meio das trocas parciais de água. Mas mesmo esta simples maneira de eliminar toxinas da água, tem que ser alvo de preocupação, leia mais sobre TPAs e Cloramina e entenda o porque. Devemos sempre tratar a água nova antes da introdução no aquário. Em geral, troca-se 20% da água semanalmente. A quantidade a ser trocada pode ser maior, mas evite trocar mais que 50% de uma só vez (para não afetar a microbiologia do aquário – bactérias benéficas). A menos que seja necessário.

O importante é a regularidade das trocas. Quanto menor o intervalo de tempo melhor, desde que mantenha-se os parâmetros da água iguais. O ideal é fazer as trocas pouco antes das lampas se desligarem, assim os peixes podem descansar após isso, lembre-se toda vez que mexemos no aquário proporcionamos aos peixes muito estresse, mas por outro lado evite períodos muito longos sem fazer trocas parciais. Caso isso ocorra, faça trocas moderadas, com intervalo de tempo curto (por exemplo, 20% a cada 2 dias). Isso evitará um ‘choque’ de parâmetros. Quando não há a renovação da água, o acúmulo de toxinas fará com que o organismo (em geral) não funcione adequadamente.

Existe também o fato do peixe não se alimentar adequadamente, isso faz com que o sistema imunológico também não funcione corretamente (o estresse também prejudica o sistema imunológico). Manter uma alimentação regular balanceada e rica em vitaminas, ajuda a manter o sistema imunológico em perfeito funcionamento e polui menos a água. Atente também para a filtragem (e manutenção) e circulação da água (adequadas a cada espécie).

Enfim, planejar bem um aquário e manter os parâmetros da água, nos ajudará a manter um ambiente em perfeita harmonia. Dessa forma, dificilmente teremos problemas muito graves.