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Parâmetros da água
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Parâmetros da água
A importância do monitoramento dos parâmetros da água!
Ter um aquário, ou ser um aquarista não se resume apenas em colocar água e peixes em um recipiente de vidro. A arte do aquarismo vai bem além disso, e nesse pequeno artigo, veremos de forma resumida os principais parâmetros da água podem afetar a vida dos peixes e dos organismos vivos que nela habitam.
A água na natureza raramente é pura no sentido de "água destilada",contém sais dissolvidos, substâncias tampão, nutrientes, etc., com concentrações várias dependendo das condições locais. Os peixes (e as plantas) evoluíram ao longo de milhões de anos para as condições de água especificas dos seus habitats e podem não conseguir sobreviver em ambientes significativamente diferentes.
Quanto menor o aquário, mais difícil é a manutenção dos parâmetros da água. Alguns conceitos químicos são bastante úteis para a manutenção de peixes e plantas saudáveis no aquário. Dentre esses, o mais importante de ser compreendido é o pH, sendo que os outros são menos usados, e são aplicados normalmente quando se tenta manter espécies mais sensíveis no aquários.
Os peixes que criamos em nossos aquários como ornamentais são provenientes de diversas partes do mundo aonde habitam águas com características químicas específicas, nas quais as espécies evoluíram ao longo dos tempos, e para as quais estão adaptadas. É necessário conhecer um pouco as necessidades das espécies que nós queremos criar, para dar aos peixes um habitat com condições semelhantes ao seu ambiente de origem.
Para que os peixes mantenham o seu meio interno estável, eles estão continuamente fazendo trocas com o meio externo (a água do ambiente) através de absorção, secreção e excreção. Condições incorretas da água vão afetar as trocas de nutrientes e produtos de excreção por meio da membrana celular e podem afetar a fertilidade, o funcionamento de órgãos internos e o crescimento, causando prejuízo a saúde dos peixes.
Oxigênio
Os organismos vivos utilizam o oxigênio para a respiração e produção de energia. No aquário esse oxigênio se dissolve na água por meio do contato com o ar, sendo utilizado então pelos peixes, bactérias nitrificantes (bactérias benéficas) e plantas, elas produzem-no durante o dia, por meio da fotossíntese, e consomem-no durante a noite. Quanto mais agitada a superfície da água, maior será a troca gasosa com o ar e maior será a quantidade de oxigênio que entrará na água. Outra forma de aumento da quantidade de oxigênio dissolvido na água é pela fotossíntese das plantas.
Os peixes absorvem o oxigênio pelas brânquias e se a quantidade de oxigênio não for suficiente sua saúde pode ser afetada causando até a morte do peixe. Já que o peixe consome oxigênio na respiração, a tendência é que o oxigênio diminua com o passar das horas. As bactérias nitrificantes também consomem muito oxigênio para “quebrar” a matéria orgânica acumulada na água do aquário. Todo esse consumo de oxigênio deve ser compensado por uma boa aeração do filtro ou por uma bomba dedicada a essa tarefa. Um aquário com 4mg/l de oxigênio dissolvido está dentro dos padrões mínimos aceitáveis para a maioria das espécies de peixes.
O oxigênio dissolvido não é um fator que deve causar pânico ao aquarista, pois dificilmente um aquário apresenta problemas por esse motivo, já que os filtros mais modernos cumprem muito bem o seu papel na oxigenação. A temperatura da água tem efeitos na solubilidade do oxigênio na água. Assim maiores níveis de oxigênio são encontrados em águas mais frias, e uma menor oxigenação em águas mais quentes.
Temperatura.
Os cuidados com os parâmetros da água, não se restringem a parâmetros químicos. A temperatura é um parâmetro que é de vital importância para o aquário. Uma variação brusca na temperatura da água pode ser muito prejudicial a vida no aquário. Cada espécie de peixe prefere uma faixa de temperatura, tome cuidado para não misturar peixes de temperaturas diferentes (isso serve também para o pH). Aquários de peixes tropicais, devem obrigatoriamente possuir um aquecedor para que a variação de temperatura seja a mínima.
Para que se possa controlar a temperatura é preciso também de um termômetro que irá medir a temperatura atual da água. Nas trocas parciais de água, evite colocar a água nova em uma temperatura muito diferente da encontrada no aquário, principalmente no inverno onde a água de torneira se encontra em uma temperatura bem abaixo da maioria dos aquários.
A tolerância de espécies a temperaturas variadas também é bastante notada em aquários. Por exemplo, Discos (Symphysodon aequifasciata) tem baixa tolerância a temperaturas inferiores a 28°C já Carpas sobrevivem a até 4°C.
Como sabemos peixes são animais pecilotermos, logo o seu metabolismo acompanha a temperatura do ambiente. Para aquários marinhos com corais este é um quesito de extrema importância pois muitas espécies de corais morrem com temperaturas superiores a 30°C e inferiores a 25°C.
* Para saber a classificação dos peixes quanto a temperatura leia este Tópico.
Dióxido de Carbono
O Dióxido de Carbono (CO2) é liberado na água como subproduto da respiração de plantas e peixes. Este gás tem como função fornecer o elemento carbono para que as plantas o utilizem na síntese da glicose durante a fotossíntese. É um parâmetro muito importante que deve ser observado principalmente em aquários plantados porque ele é fundamental para a fotossíntese das plantas. Em níveis muito altos, o Dióxido de Carbônico pode matar os peixes intoxicados e em níveis muito baixos as plantas irão morrer por não conseguirem fazer a fotossíntese. Aquaristas que não possuem plantas naturais em seus aquários devem apenas se preocupar em manter uma boa movimentação na superfície da água, pois de mesma forma que o oxigênio, o CO2 consegue sair da água quando em contato com o ar. O ph da água também é afetado pala quantidade de CO2 dissolvido na água e, quanto maior for essa quantidade menor será o pH. Leia mais sobre o Dióxido de Carbono.
Ph (POTENCIAL HIDROGENIÔNICO).
O potencial hidrogeniônico, mais conhecido como pH, mede a alcalinidade ou acidez de um meio. Sua escala vai de 0 a 14: se o pH tiver o valor 7, a água é neutra; se o pH for inferior a 7, a água é ácida; se o pH for superior a 7, a água é alcalina.
O pH nos diz se a água é neutra, ácida ou básica (alcalina) e em que grau. A molécula de água H2O se dissocia em H+ e OH-, que reagem com outros componentes dissolvidos na água, podendo deixar H+ ou OH- em excesso na água. Quando o excesso é de H+ a água é dita ácida, quando é de OH- a água é básica, e quando os dois estão em proporções iguais, temos uma água neutra. A escala usada para medir o pH é logarítmica e vai de 0 a 14, sendo 7 o valor da água neutra. Os valores inferiores a 7 são ácidos e os superiores alcalinos.
A maioria das espécies aceitam valores de pH um pouco diferente do seu habitat natural. É importante lembrar que a escala do pH é logarítmica, ou seja, um pH de 6.2 é dez vezes mais ácido do que um de 7.2, daí a importância dos décimos, então quando dizemos que os peixes aceitam pequenas variações, estas variações são de aproximadamente 0.2. Uma variação maior que 0.3 por dia já é prejudicial à saúde do aquário (a expressão "saúde do aquário" se refere aos peixes, plantas, bactérias, algas, etc.).
Para se medir o pH da água do aquário, existe hoje no mercado, a baixo custo, os chamados testes de pH, porém mesmo com o uso destes produtos é muito difícil ajustar o pH, por que depois de algum tempo o pH tende a voltar aos valores antigos. Isto porque na maioria das vezes é ignorada a dureza carbonatada da água (KH).
A medição é feita colhendo uma pequena quantidade de água do aquário e adicionando algumas gotas do reagente. Faz-se então, a comparação da cor resultante com uma tabela de cores com valores de pH fornecida junto com o produto. O monitoramento do pH deve ser feito tanto na água do aquário, para verificar se está de acordo com os peixes presentes nele, como deve ser feita também na água das trocas parciais, que também devem estar no mesmo pH do aquário. Caso seja necessário corrigir o pH tanto para cima como para baixo, basta adquirir produtos corretivos específicos para esse fim. Leia sobre Acidificantes Naturais.
Cada espécie aquática tem um pH considerado ideal, onde ela exerce todas as suas atividades sem problema algum. Isso não quer dizer que uma espécie, se colocada em um pH diferente do seu ideal, irá perecer. Na realidade, pouquíssimas mortes de peixes são causadas por pH, o que é perigoso é a sua variação, mesmo que seja retirando um espécime de um pH e colocando-o no seu ideal. Deste modo, caso você tenha um peixe em um pH não-ideal, é preferível deixá-lo onde está (caso ele esteja vivendo bem) a transferi-lo para uma água de pH ideal sem cuidado algum.
* Para saber a classificação dos peixes quanto ao pH leia este Tópico.
Cloro e Cloramina.
A água encanada das cidades possui cloro para que possíveis bactérias possam ser mortas e a água fique saudável para o consumo humano, este é muito solúvel em água então algumas empresas estão adicionando cloramina, menos solúvel. Por outro lado, estes compostos no aquário é extremamente tóxico para os peixes e pode matar as bactérias nitrificantes destruindo o equilíbrio biológico do aquário. Por isso, nunca adicione água de torneira diretamente no aquário e sempre faça o teste de Cloro para verificar se a água está realmente sem esse gás. Caso seja constatada a presença do Cloro na água, utilize produtos removedores de Cloro ou deixe a água descansando em um recipiente por 48h que o Cloro sairá da água naturalmente. Leia mais sobre o Cloro e a Cloramina.
Amônia
Os compostos orgânicos como resto de comida, fezes e urina dos peixes, folhas ou peixes mortos, formam rapidamente a Amônia (NH3) passando pelo ciclo do nitrogênio. Esse composto químico é terrivelmente tóxico aos peixes, níveis de 0,02 mg/l podem ser tóxicos aos peixes a longo prazo e níveis maiores do que 0,02mg/l poderão matar os peixes em pouco tempo, questão de horas. A Amônia pode causar nos peixes a destruição das brânquias, dificuldade na respiração, destruição da camada de muco protetora da pele, sangramentos internos e externos, doenças, natação irregular, e suicídio (quando o peixe pula para fora do aquário). O desejado é que a Amônia fique sempre ausente na água do aquário, por isso utilize testes de Amônia frequentemente e caso o teste de valores alterados procede imediatamente uma troca parcial de água de pelo menos 50% e tente descobrir o que está ocasionando essa alta na Amônia. Leia mais sobre o Ciclo do Nitrogênio.
Nitrito
As bactérias nitrificantes (Nitrosomonas spp.) presentes no filtro biológico do aquário utilizam o oxigênio e convertem a Amônia para um composto bem menos tóxico, o Nitrito (NO2). Apesar de o Nitrito ser menos tóxico que a Amônia, ele ainda é perigoso na água do aquário e também pode ocasionar a morte dos peixes. É normal observar um aumento no Nitrito (curtos períodos) em aquários novos e quando peixes são adicionados ao aquário. Níveis letais desse composto irão variar muito para cada espécie de peixes, mas em geral, níveis acima de 0,2mg/l podem ser mortais. O envenenamento por Nitrito tem, como um dos sintomas, problemas na respiração do peixe.
Nitrato
O Nitrato (NO3) é o resultado da conversão do Nitrito pelas bactérias benéficas do aquário e é o produto final da filtragem biológica. Da mesma forma que a Amônia é convertida pelas bactérias Nitrosomonas spp. em Nitrito, as bactérias Nitrobacter spp convertem o Nitrito em Nitrato. O Nitrato é bem menos tóxico que a Amônia e o Nitrito, mesmo assim, em altas concentrações pode ser prejudicial aos peixes. As maiorias dos peixes possuem uma tolerância ao Nitrato que varia de 50 a 250mg/l, mas existem peixes que conseguem tolerar níveis mais altos ainda. A saúde dos peixes é afetada de forma indireta pelo Nitrato. Em altas concentrações desse composto, o peixe pode ficar estressado diminuindo assim a sua imunidade natural a doenças. Com o tempo, a água do aquário vai ficando com cada vez mais quantidade de Nitrato e esse composto não consegue sair da água poração do filtro biológico. A forma mais fácil de diminuir a quantidade de Nitrato na água é com a troca parcial de água, a famosa TPA. Dessa forma, removendo uma parte da água e completando com água nova, o nitrato restante no aquário será diluído diminuindo assim a sua concentração. O carvão ativado não consegue remover o Nitrato ou outros íons na água do aquário. A Zeólita pode ser utilizada para esse fim, veja um processo FVM de remoção.
KH (Dureza Carbonatada).
A dureza carbonatada também é conhecida como alcalinidade (alkalinity), potencial alcalino, ou capacidade de tamponamento. Mas na realidade a dureza carbonatada se refere apenas aos carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, pois existem outros compostos, inclusive alguns fosfatos, silicatos e outros que também possuem o efeito tampão. A efeito tampão refere-se à capacidade da água de manter estável o seu pH à medida que se adicionam ácidos ou bases. A capacidade tampão e o pH estão interligados, embora se pudesse pensar que adicionar iguais volumes de ácidos e de água neutra resultasse num pH intermédio, isto raramente acontece na prática. Se a água tem capacidade tampão suficiente, esta absorve e neutraliza o ácido adicionado De modo Didático pode-se explicar que o efeito tampão age como uma esponja. À medida que se adiciona mais ácido, a "esponja" absorve o ácido sem grande alteração do pH. No entanto a capacidade tampão é limitada, assim que se gasta, o pH muda mais rapidamente à medida que se adiciona ácido.
Os testes de KH existentes no mercado também medem a alcalinidade total, e não apenas os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água. A alcalinidade é a medida da capacidade tamponante total de ácido, ou seja, de todos os anions que podem se ligar a ions H+ livres na água, impedindo assim a queda do pH. No aquário de água doce, os termos "dureza carbonada", "capacidade tamponante" e "alcalinidade" são usados como sendo sinônimos. Mas o termo KH não deixa de ser correto, pois nos aquários os principais compostos alcalinos são os bicarbonatos e os carbonatos.
KH é o responsável pelo "efeito tampão", que é a capacidade de manter o pH estável, mesmo com a adição de ácidos ou bases (compostos alcalinos). Deste modo o pH está intimamente relacionado com o KH. Se um aquário está com o KH alto, será muito difícil alterar o seu pH, enquanto que se estiver com o KH baixo é muito difícil manter o pH estável, estando a água sujeita à grandes variações de pH. No entanto não podemos pensar no KH em termos de quanto maior melhor. Naturalmente que é bom se pudermos manter um pH estável. Até porque o ciclo do nitrogênio produz nitrato, que é a mesma coisa que ácido nítrico. O nome diz tudo. O Nitrato é ácido, e, naturalmente pode contribuir para uma queda do pH ao longo do tempo.
Algumas pessoas acham que, tendo um KH elevado, o pH também será elevado, mas isto não é verdade, pois se tivermos uma quantidade de compostos ácidos superior à capacidade de absorção do KH, o pH pode ser extremamente baixo (já vi um aquário com KH 7° e pH 6.5). O contrário também é possível pois podemos ter compostos alcalinos com poucos carbonatos, ou seja pH alto e KH baixo. Então se você está tendo problemas com o pH é bom verificar o KH.
GH (Dureza Geral).
Muitas vezes o KH (dureza carbonatada) é confundido com o GH (dureza geral). O GH refere-se à concentração de magnésio e cálcio dissolvidos na água. A relação do GH com o pH é muito pequena, mas ele é importante para algumas espécies de peixes e plantas mais exigentes. Pergunte para o vendedor as exigências das espécies que você pretende comprar, se ele não souber informar, e nem se preocupar em descobrir, é bom mudar de loja, afinal já pensou como vivem, ou sobrevivem os peixes e plantas em uma loja destas? Apenas cuidado para não confundir GH com KH.
Embora o pH, o KH e o GH são propriedades distintas, todas interagem entre si a vários níveis, tornando difícil ajustar uma sem qualquer impacto nas outras. Isto é uma das razões porque os aquariofilistas principiantes são aconselhados a não mexer nestes parâmetros a não ser em caso de absoluta necessidade. Por exemplo, as fontes calcárias fornecem normalmente água "dura". O calcário contem carbonato de cálcio, que quando dissolvido na água aumenta o GH (do cálcio) e o KH (dos carbonatos). Aumentando o KH normalmente também se aumenta o pH. Conceptualmente, o KH atua como uma "esponja" absorvendo o ácido presente na água, aumentando o pH desta.
A dureza da água segue as seguintes linhas de orientação. A unidade dH significa "grau de dureza", enquanto ppm significa "partes por milhão", o que é sensivelmente equivalente a mg/L de água. 1 unidade dH equivale a 17,8 ppm CaCO3. Muitos kits de teste dão a dureza em unidades de CaCO3; isto significa que a dureza é equivalente a essa quantidade de CaCO3 na água mas não significa que provenha efetivamente do CaCO3.
Níveis de Dureza.
0 - 4 dH, 0 - 70 ppm : muito macia
4 - 8 dH, 70 - 140 ppm : macia
8 - 12 dH, 140 - 210 ppm : dureza média
12 - 18 dH, 210 - 320 ppm : alguma dureza
18 - 30 dH, 320 - 530 ppm : dura
superior: rocha liquida (Lago Malawi e Los Angeles, CA)
DH.
O grau de dureza da água está condicionado à quantidade de sais que ela contém e é definido pelo símbolo dH. O dH indica a quantidade de matéria mineral dissolvida em uma determinada água. Para o aquariofilista interessa principalmente os sais de calcário.
Uma água dura ou bastante mineralizada é a que contém uma grande quantidade de sais de calcário. Inversamente, uma água mole ou pouco mineralizada é a que possui uma pequena percentagem desses sais.
A escala de dH vai de 0° (muito mole) à 25° (muito dura). A maioria dos peixes adapta-se à uma variação de 9-14°. Entretanto, para alguns é preciso manter condições muito precisas para que eles reproduzam e sobrevivam por muito tempo.
Água mole ou pouco mineralizada------------------ 0° a 5°
Mediamente mineralizada-------------------------- 5° a 12°
Dura ou muito mineralizada---------------------- 12° a 20°
Muito dura------------------------------------------ 20° a 25°
Densidade.
Costuma ser medida em aquários marinhos, com a diferença que a água dos oceanos sofre uma variação muito menor no decorrer de um dia do que a de um aquário. Algumas espécies são muito pouco tolerantes a estas variações só devendo ser criadas por aquaristas experientes.
CORREÇÃO DOS PARÂMETROS (pH , dH, KH, GH).
Antes, isso era um problema não muito simples de se resolver, mas hoje já se encontra no mercado uma larga variedade de produtos que corrigem esse tipo de problema à um custo irrisório. Estas correções devem ser feitas lentamente e sob rigoroso controle, para que os peixes não sofram com uma alteração brusca da composição química da água. Teoricamente, esses dois valores (pH e dH) não estão diretamente relacionados. Mas na prática, verifica-se que uma água pouco mineralizada apresenta um pH baixo, ou seja, tende a ser ácida. Igualmente, uma água muito mineralizada ou dura é, em princípio, alcalina.
Também existem alguns produtos, por enquanto apenas importados e por conseqüência caros, que ajustam automaticamente o pH. Estes produtos são conhecidos como tamponadores. Se você tiver dificuldade em ajustar o pH, estes produtos podem ser muito úteis, pois além de ajustar o pH automaticamente, ajustam também o KH evitando variações de pH.
Um peixe cuja água ideal seja ácida, se adapta muito bem em água alcalina. Já o peixe de água alcalina, não consegue se adaptar direito em água ácida. Troncos e alguns tipos de raízes e plantas, em grande quantidade, tende a deixar a água ácida. Búzios, conchas, estrela-do-mar e algumas rochas calcárias, deixam a água mais alcalina.
O método mais simples de diminuir o KH e o GH é realizar trocas parciais com água de dureza carbonatada e geral mais baixas. Mas lembre-se que toda alteração deve ser feita lentamente, pois mudanças bruscas estressam os peixes, podendo causar diversas doenças e até mesmo a morte. Outro método é colocar turfa ou xaxim na água, turfa podemos encontrar em lojas de aquário, e xaxim em floriculturas. O xaxim é mais barato, mas menos eficiente. Se for utilizar xaxim cuide para que ele seja "puro", pois como é utilizado para o plantio de flores e folhagens, muitos contém fertilizantes e outros compostos (fungicidas, bactericidas, inseticidas, etc.) que podem causar um grande estrago no seu aquário.
Se você pretende aumentar o KH, pode adicionar bicarbonato de sódio, encontrado em farmácias. Se você pretende elevar o GH e o KH, pode adicionar carbonato de cálcio (CaCO3). Toda adição deve ser feita lentamente e sempre devemos medir os valores algumas horas depois da adição, para verificar o quanto foi alterado.
Não se esqueça de monitorizar sempre, e muito de perto as alterações que ocorrem na água, num processo de alteração do KH, especialmente se estiver reduzindo-o. Se perder a capacidade de absorver e neutralizar os ácidos, o pH se tornará muito instável, e poderá ocorrer uma quebra súbita.
Ter um aquário, ou ser um aquarista não se resume apenas em colocar água e peixes em um recipiente de vidro. A arte do aquarismo vai bem além disso, e nesse pequeno artigo, veremos de forma resumida os principais parâmetros da água podem afetar a vida dos peixes e dos organismos vivos que nela habitam.
A água na natureza raramente é pura no sentido de "água destilada",contém sais dissolvidos, substâncias tampão, nutrientes, etc., com concentrações várias dependendo das condições locais. Os peixes (e as plantas) evoluíram ao longo de milhões de anos para as condições de água especificas dos seus habitats e podem não conseguir sobreviver em ambientes significativamente diferentes.
Quanto menor o aquário, mais difícil é a manutenção dos parâmetros da água. Alguns conceitos químicos são bastante úteis para a manutenção de peixes e plantas saudáveis no aquário. Dentre esses, o mais importante de ser compreendido é o pH, sendo que os outros são menos usados, e são aplicados normalmente quando se tenta manter espécies mais sensíveis no aquários.
Os peixes que criamos em nossos aquários como ornamentais são provenientes de diversas partes do mundo aonde habitam águas com características químicas específicas, nas quais as espécies evoluíram ao longo dos tempos, e para as quais estão adaptadas. É necessário conhecer um pouco as necessidades das espécies que nós queremos criar, para dar aos peixes um habitat com condições semelhantes ao seu ambiente de origem.
Para que os peixes mantenham o seu meio interno estável, eles estão continuamente fazendo trocas com o meio externo (a água do ambiente) através de absorção, secreção e excreção. Condições incorretas da água vão afetar as trocas de nutrientes e produtos de excreção por meio da membrana celular e podem afetar a fertilidade, o funcionamento de órgãos internos e o crescimento, causando prejuízo a saúde dos peixes.
Oxigênio
Os organismos vivos utilizam o oxigênio para a respiração e produção de energia. No aquário esse oxigênio se dissolve na água por meio do contato com o ar, sendo utilizado então pelos peixes, bactérias nitrificantes (bactérias benéficas) e plantas, elas produzem-no durante o dia, por meio da fotossíntese, e consomem-no durante a noite. Quanto mais agitada a superfície da água, maior será a troca gasosa com o ar e maior será a quantidade de oxigênio que entrará na água. Outra forma de aumento da quantidade de oxigênio dissolvido na água é pela fotossíntese das plantas.
Os peixes absorvem o oxigênio pelas brânquias e se a quantidade de oxigênio não for suficiente sua saúde pode ser afetada causando até a morte do peixe. Já que o peixe consome oxigênio na respiração, a tendência é que o oxigênio diminua com o passar das horas. As bactérias nitrificantes também consomem muito oxigênio para “quebrar” a matéria orgânica acumulada na água do aquário. Todo esse consumo de oxigênio deve ser compensado por uma boa aeração do filtro ou por uma bomba dedicada a essa tarefa. Um aquário com 4mg/l de oxigênio dissolvido está dentro dos padrões mínimos aceitáveis para a maioria das espécies de peixes.
O oxigênio dissolvido não é um fator que deve causar pânico ao aquarista, pois dificilmente um aquário apresenta problemas por esse motivo, já que os filtros mais modernos cumprem muito bem o seu papel na oxigenação. A temperatura da água tem efeitos na solubilidade do oxigênio na água. Assim maiores níveis de oxigênio são encontrados em águas mais frias, e uma menor oxigenação em águas mais quentes.
Temperatura.
Os cuidados com os parâmetros da água, não se restringem a parâmetros químicos. A temperatura é um parâmetro que é de vital importância para o aquário. Uma variação brusca na temperatura da água pode ser muito prejudicial a vida no aquário. Cada espécie de peixe prefere uma faixa de temperatura, tome cuidado para não misturar peixes de temperaturas diferentes (isso serve também para o pH). Aquários de peixes tropicais, devem obrigatoriamente possuir um aquecedor para que a variação de temperatura seja a mínima.
Para que se possa controlar a temperatura é preciso também de um termômetro que irá medir a temperatura atual da água. Nas trocas parciais de água, evite colocar a água nova em uma temperatura muito diferente da encontrada no aquário, principalmente no inverno onde a água de torneira se encontra em uma temperatura bem abaixo da maioria dos aquários.
A tolerância de espécies a temperaturas variadas também é bastante notada em aquários. Por exemplo, Discos (Symphysodon aequifasciata) tem baixa tolerância a temperaturas inferiores a 28°C já Carpas sobrevivem a até 4°C.
Como sabemos peixes são animais pecilotermos, logo o seu metabolismo acompanha a temperatura do ambiente. Para aquários marinhos com corais este é um quesito de extrema importância pois muitas espécies de corais morrem com temperaturas superiores a 30°C e inferiores a 25°C.
* Para saber a classificação dos peixes quanto a temperatura leia este Tópico.
Dióxido de Carbono
O Dióxido de Carbono (CO2) é liberado na água como subproduto da respiração de plantas e peixes. Este gás tem como função fornecer o elemento carbono para que as plantas o utilizem na síntese da glicose durante a fotossíntese. É um parâmetro muito importante que deve ser observado principalmente em aquários plantados porque ele é fundamental para a fotossíntese das plantas. Em níveis muito altos, o Dióxido de Carbônico pode matar os peixes intoxicados e em níveis muito baixos as plantas irão morrer por não conseguirem fazer a fotossíntese. Aquaristas que não possuem plantas naturais em seus aquários devem apenas se preocupar em manter uma boa movimentação na superfície da água, pois de mesma forma que o oxigênio, o CO2 consegue sair da água quando em contato com o ar. O ph da água também é afetado pala quantidade de CO2 dissolvido na água e, quanto maior for essa quantidade menor será o pH. Leia mais sobre o Dióxido de Carbono.
Ph (POTENCIAL HIDROGENIÔNICO).
O potencial hidrogeniônico, mais conhecido como pH, mede a alcalinidade ou acidez de um meio. Sua escala vai de 0 a 14: se o pH tiver o valor 7, a água é neutra; se o pH for inferior a 7, a água é ácida; se o pH for superior a 7, a água é alcalina.
O pH nos diz se a água é neutra, ácida ou básica (alcalina) e em que grau. A molécula de água H2O se dissocia em H+ e OH-, que reagem com outros componentes dissolvidos na água, podendo deixar H+ ou OH- em excesso na água. Quando o excesso é de H+ a água é dita ácida, quando é de OH- a água é básica, e quando os dois estão em proporções iguais, temos uma água neutra. A escala usada para medir o pH é logarítmica e vai de 0 a 14, sendo 7 o valor da água neutra. Os valores inferiores a 7 são ácidos e os superiores alcalinos.
A maioria das espécies aceitam valores de pH um pouco diferente do seu habitat natural. É importante lembrar que a escala do pH é logarítmica, ou seja, um pH de 6.2 é dez vezes mais ácido do que um de 7.2, daí a importância dos décimos, então quando dizemos que os peixes aceitam pequenas variações, estas variações são de aproximadamente 0.2. Uma variação maior que 0.3 por dia já é prejudicial à saúde do aquário (a expressão "saúde do aquário" se refere aos peixes, plantas, bactérias, algas, etc.).
Para se medir o pH da água do aquário, existe hoje no mercado, a baixo custo, os chamados testes de pH, porém mesmo com o uso destes produtos é muito difícil ajustar o pH, por que depois de algum tempo o pH tende a voltar aos valores antigos. Isto porque na maioria das vezes é ignorada a dureza carbonatada da água (KH).
A medição é feita colhendo uma pequena quantidade de água do aquário e adicionando algumas gotas do reagente. Faz-se então, a comparação da cor resultante com uma tabela de cores com valores de pH fornecida junto com o produto. O monitoramento do pH deve ser feito tanto na água do aquário, para verificar se está de acordo com os peixes presentes nele, como deve ser feita também na água das trocas parciais, que também devem estar no mesmo pH do aquário. Caso seja necessário corrigir o pH tanto para cima como para baixo, basta adquirir produtos corretivos específicos para esse fim. Leia sobre Acidificantes Naturais.
Cada espécie aquática tem um pH considerado ideal, onde ela exerce todas as suas atividades sem problema algum. Isso não quer dizer que uma espécie, se colocada em um pH diferente do seu ideal, irá perecer. Na realidade, pouquíssimas mortes de peixes são causadas por pH, o que é perigoso é a sua variação, mesmo que seja retirando um espécime de um pH e colocando-o no seu ideal. Deste modo, caso você tenha um peixe em um pH não-ideal, é preferível deixá-lo onde está (caso ele esteja vivendo bem) a transferi-lo para uma água de pH ideal sem cuidado algum.
* Para saber a classificação dos peixes quanto ao pH leia este Tópico.
Cloro e Cloramina.
A água encanada das cidades possui cloro para que possíveis bactérias possam ser mortas e a água fique saudável para o consumo humano, este é muito solúvel em água então algumas empresas estão adicionando cloramina, menos solúvel. Por outro lado, estes compostos no aquário é extremamente tóxico para os peixes e pode matar as bactérias nitrificantes destruindo o equilíbrio biológico do aquário. Por isso, nunca adicione água de torneira diretamente no aquário e sempre faça o teste de Cloro para verificar se a água está realmente sem esse gás. Caso seja constatada a presença do Cloro na água, utilize produtos removedores de Cloro ou deixe a água descansando em um recipiente por 48h que o Cloro sairá da água naturalmente. Leia mais sobre o Cloro e a Cloramina.
Amônia
Os compostos orgânicos como resto de comida, fezes e urina dos peixes, folhas ou peixes mortos, formam rapidamente a Amônia (NH3) passando pelo ciclo do nitrogênio. Esse composto químico é terrivelmente tóxico aos peixes, níveis de 0,02 mg/l podem ser tóxicos aos peixes a longo prazo e níveis maiores do que 0,02mg/l poderão matar os peixes em pouco tempo, questão de horas. A Amônia pode causar nos peixes a destruição das brânquias, dificuldade na respiração, destruição da camada de muco protetora da pele, sangramentos internos e externos, doenças, natação irregular, e suicídio (quando o peixe pula para fora do aquário). O desejado é que a Amônia fique sempre ausente na água do aquário, por isso utilize testes de Amônia frequentemente e caso o teste de valores alterados procede imediatamente uma troca parcial de água de pelo menos 50% e tente descobrir o que está ocasionando essa alta na Amônia. Leia mais sobre o Ciclo do Nitrogênio.
Nitrito
As bactérias nitrificantes (Nitrosomonas spp.) presentes no filtro biológico do aquário utilizam o oxigênio e convertem a Amônia para um composto bem menos tóxico, o Nitrito (NO2). Apesar de o Nitrito ser menos tóxico que a Amônia, ele ainda é perigoso na água do aquário e também pode ocasionar a morte dos peixes. É normal observar um aumento no Nitrito (curtos períodos) em aquários novos e quando peixes são adicionados ao aquário. Níveis letais desse composto irão variar muito para cada espécie de peixes, mas em geral, níveis acima de 0,2mg/l podem ser mortais. O envenenamento por Nitrito tem, como um dos sintomas, problemas na respiração do peixe.
Nitrato
O Nitrato (NO3) é o resultado da conversão do Nitrito pelas bactérias benéficas do aquário e é o produto final da filtragem biológica. Da mesma forma que a Amônia é convertida pelas bactérias Nitrosomonas spp. em Nitrito, as bactérias Nitrobacter spp convertem o Nitrito em Nitrato. O Nitrato é bem menos tóxico que a Amônia e o Nitrito, mesmo assim, em altas concentrações pode ser prejudicial aos peixes. As maiorias dos peixes possuem uma tolerância ao Nitrato que varia de 50 a 250mg/l, mas existem peixes que conseguem tolerar níveis mais altos ainda. A saúde dos peixes é afetada de forma indireta pelo Nitrato. Em altas concentrações desse composto, o peixe pode ficar estressado diminuindo assim a sua imunidade natural a doenças. Com o tempo, a água do aquário vai ficando com cada vez mais quantidade de Nitrato e esse composto não consegue sair da água poração do filtro biológico. A forma mais fácil de diminuir a quantidade de Nitrato na água é com a troca parcial de água, a famosa TPA. Dessa forma, removendo uma parte da água e completando com água nova, o nitrato restante no aquário será diluído diminuindo assim a sua concentração. O carvão ativado não consegue remover o Nitrato ou outros íons na água do aquário. A Zeólita pode ser utilizada para esse fim, veja um processo FVM de remoção.
KH (Dureza Carbonatada).
A dureza carbonatada também é conhecida como alcalinidade (alkalinity), potencial alcalino, ou capacidade de tamponamento. Mas na realidade a dureza carbonatada se refere apenas aos carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, pois existem outros compostos, inclusive alguns fosfatos, silicatos e outros que também possuem o efeito tampão. A efeito tampão refere-se à capacidade da água de manter estável o seu pH à medida que se adicionam ácidos ou bases. A capacidade tampão e o pH estão interligados, embora se pudesse pensar que adicionar iguais volumes de ácidos e de água neutra resultasse num pH intermédio, isto raramente acontece na prática. Se a água tem capacidade tampão suficiente, esta absorve e neutraliza o ácido adicionado De modo Didático pode-se explicar que o efeito tampão age como uma esponja. À medida que se adiciona mais ácido, a "esponja" absorve o ácido sem grande alteração do pH. No entanto a capacidade tampão é limitada, assim que se gasta, o pH muda mais rapidamente à medida que se adiciona ácido.
Os testes de KH existentes no mercado também medem a alcalinidade total, e não apenas os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água. A alcalinidade é a medida da capacidade tamponante total de ácido, ou seja, de todos os anions que podem se ligar a ions H+ livres na água, impedindo assim a queda do pH. No aquário de água doce, os termos "dureza carbonada", "capacidade tamponante" e "alcalinidade" são usados como sendo sinônimos. Mas o termo KH não deixa de ser correto, pois nos aquários os principais compostos alcalinos são os bicarbonatos e os carbonatos.
KH é o responsável pelo "efeito tampão", que é a capacidade de manter o pH estável, mesmo com a adição de ácidos ou bases (compostos alcalinos). Deste modo o pH está intimamente relacionado com o KH. Se um aquário está com o KH alto, será muito difícil alterar o seu pH, enquanto que se estiver com o KH baixo é muito difícil manter o pH estável, estando a água sujeita à grandes variações de pH. No entanto não podemos pensar no KH em termos de quanto maior melhor. Naturalmente que é bom se pudermos manter um pH estável. Até porque o ciclo do nitrogênio produz nitrato, que é a mesma coisa que ácido nítrico. O nome diz tudo. O Nitrato é ácido, e, naturalmente pode contribuir para uma queda do pH ao longo do tempo.
Algumas pessoas acham que, tendo um KH elevado, o pH também será elevado, mas isto não é verdade, pois se tivermos uma quantidade de compostos ácidos superior à capacidade de absorção do KH, o pH pode ser extremamente baixo (já vi um aquário com KH 7° e pH 6.5). O contrário também é possível pois podemos ter compostos alcalinos com poucos carbonatos, ou seja pH alto e KH baixo. Então se você está tendo problemas com o pH é bom verificar o KH.
GH (Dureza Geral).
Muitas vezes o KH (dureza carbonatada) é confundido com o GH (dureza geral). O GH refere-se à concentração de magnésio e cálcio dissolvidos na água. A relação do GH com o pH é muito pequena, mas ele é importante para algumas espécies de peixes e plantas mais exigentes. Pergunte para o vendedor as exigências das espécies que você pretende comprar, se ele não souber informar, e nem se preocupar em descobrir, é bom mudar de loja, afinal já pensou como vivem, ou sobrevivem os peixes e plantas em uma loja destas? Apenas cuidado para não confundir GH com KH.
Embora o pH, o KH e o GH são propriedades distintas, todas interagem entre si a vários níveis, tornando difícil ajustar uma sem qualquer impacto nas outras. Isto é uma das razões porque os aquariofilistas principiantes são aconselhados a não mexer nestes parâmetros a não ser em caso de absoluta necessidade. Por exemplo, as fontes calcárias fornecem normalmente água "dura". O calcário contem carbonato de cálcio, que quando dissolvido na água aumenta o GH (do cálcio) e o KH (dos carbonatos). Aumentando o KH normalmente também se aumenta o pH. Conceptualmente, o KH atua como uma "esponja" absorvendo o ácido presente na água, aumentando o pH desta.
A dureza da água segue as seguintes linhas de orientação. A unidade dH significa "grau de dureza", enquanto ppm significa "partes por milhão", o que é sensivelmente equivalente a mg/L de água. 1 unidade dH equivale a 17,8 ppm CaCO3. Muitos kits de teste dão a dureza em unidades de CaCO3; isto significa que a dureza é equivalente a essa quantidade de CaCO3 na água mas não significa que provenha efetivamente do CaCO3.
Níveis de Dureza.
0 - 4 dH, 0 - 70 ppm : muito macia
4 - 8 dH, 70 - 140 ppm : macia
8 - 12 dH, 140 - 210 ppm : dureza média
12 - 18 dH, 210 - 320 ppm : alguma dureza
18 - 30 dH, 320 - 530 ppm : dura
superior: rocha liquida (Lago Malawi e Los Angeles, CA)
DH.
O grau de dureza da água está condicionado à quantidade de sais que ela contém e é definido pelo símbolo dH. O dH indica a quantidade de matéria mineral dissolvida em uma determinada água. Para o aquariofilista interessa principalmente os sais de calcário.
Uma água dura ou bastante mineralizada é a que contém uma grande quantidade de sais de calcário. Inversamente, uma água mole ou pouco mineralizada é a que possui uma pequena percentagem desses sais.
A escala de dH vai de 0° (muito mole) à 25° (muito dura). A maioria dos peixes adapta-se à uma variação de 9-14°. Entretanto, para alguns é preciso manter condições muito precisas para que eles reproduzam e sobrevivam por muito tempo.
Água mole ou pouco mineralizada------------------ 0° a 5°
Mediamente mineralizada-------------------------- 5° a 12°
Dura ou muito mineralizada---------------------- 12° a 20°
Muito dura------------------------------------------ 20° a 25°
Densidade.
Costuma ser medida em aquários marinhos, com a diferença que a água dos oceanos sofre uma variação muito menor no decorrer de um dia do que a de um aquário. Algumas espécies são muito pouco tolerantes a estas variações só devendo ser criadas por aquaristas experientes.
CORREÇÃO DOS PARÂMETROS (pH , dH, KH, GH).
Antes, isso era um problema não muito simples de se resolver, mas hoje já se encontra no mercado uma larga variedade de produtos que corrigem esse tipo de problema à um custo irrisório. Estas correções devem ser feitas lentamente e sob rigoroso controle, para que os peixes não sofram com uma alteração brusca da composição química da água. Teoricamente, esses dois valores (pH e dH) não estão diretamente relacionados. Mas na prática, verifica-se que uma água pouco mineralizada apresenta um pH baixo, ou seja, tende a ser ácida. Igualmente, uma água muito mineralizada ou dura é, em princípio, alcalina.
Também existem alguns produtos, por enquanto apenas importados e por conseqüência caros, que ajustam automaticamente o pH. Estes produtos são conhecidos como tamponadores. Se você tiver dificuldade em ajustar o pH, estes produtos podem ser muito úteis, pois além de ajustar o pH automaticamente, ajustam também o KH evitando variações de pH.
Um peixe cuja água ideal seja ácida, se adapta muito bem em água alcalina. Já o peixe de água alcalina, não consegue se adaptar direito em água ácida. Troncos e alguns tipos de raízes e plantas, em grande quantidade, tende a deixar a água ácida. Búzios, conchas, estrela-do-mar e algumas rochas calcárias, deixam a água mais alcalina.
O método mais simples de diminuir o KH e o GH é realizar trocas parciais com água de dureza carbonatada e geral mais baixas. Mas lembre-se que toda alteração deve ser feita lentamente, pois mudanças bruscas estressam os peixes, podendo causar diversas doenças e até mesmo a morte. Outro método é colocar turfa ou xaxim na água, turfa podemos encontrar em lojas de aquário, e xaxim em floriculturas. O xaxim é mais barato, mas menos eficiente. Se for utilizar xaxim cuide para que ele seja "puro", pois como é utilizado para o plantio de flores e folhagens, muitos contém fertilizantes e outros compostos (fungicidas, bactericidas, inseticidas, etc.) que podem causar um grande estrago no seu aquário.
Se você pretende aumentar o KH, pode adicionar bicarbonato de sódio, encontrado em farmácias. Se você pretende elevar o GH e o KH, pode adicionar carbonato de cálcio (CaCO3). Toda adição deve ser feita lentamente e sempre devemos medir os valores algumas horas depois da adição, para verificar o quanto foi alterado.
Não se esqueça de monitorizar sempre, e muito de perto as alterações que ocorrem na água, num processo de alteração do KH, especialmente se estiver reduzindo-o. Se perder a capacidade de absorver e neutralizar os ácidos, o pH se tornará muito instável, e poderá ocorrer uma quebra súbita.
* Caso tenha que transferir um peixe por algum motivo, leia este Tópico.
Mauricio Molina- Administrador
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Re: Parâmetros da água
Sim, a resposta ajudou bastante. obrigado
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