A causa da morte de peixes na Lagoa dos Esteves, em Içara, há cerca de um mês, ainda não é conhecida. Nem todas as análises foram concluídas ainda, mas as que já tiveram laudos emitidos fizeram a Fundação Municipal de Meio Ambiente de Içara (Fundai) descartas algumas hipóteses. A suspeita de que o aumento da temperatura da água da lagoa - que teria atingido 30ºC quando o normal gira entre 24ºC e 25ºC - ainda seria a mais forte.

O Ministério Público de Içara solicitou explicações da Fundai e da Fatma sobre o caso. Na tarde de ontem, técnicos da Fundai e da Fatma estiveram reunidos para discutir os resultados obtidos com as análises até então. Segundo Rafael Bardini, analista técnico da Fatma, o problema da mortandade foi reduzido. Coincidentemente, ou não, as mortes começaram a diminuir com a queda da temperatura, o que ajudaria a reforçar a tese que o problema foi causado pelo calor acima do normal. "A temperatura mudou a 'cara' da lagoa.

No inverno, ocorre uma inversão e o oxigênio da superfície troca com o do fundo. No verão, e com temperaturas mais altas, não ocorre a inversão e a lagoa tem pouca troca de oxigênio, e ele quase não se renova. É mais o vento que faz isso", explica Bardini. As análises de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio ((DQO) e Oxigênio Dissolvido (OD) de amostras retiradas da superfície da lagoa ficaram dentro dos padrões considerados normais.

Faltaria agora o teste de eco-toxidade (para verificar existência de produtos químicos na água) e a análise do DBO, DQO e OD por camadas (é verificado o oxigênio no fundo, no meio e na superfície da lagoa) para que a investigação fosse concluída. Os resultados podem ficar prontos na próxima semana.